A tragédia de fome e morte que nos toca.

Pioneiros 30 de Janeiro de 2021

O ano de 2021 nos remete ao centenário da enorme fome imposta aos russos alemães (Wolgadeutschen) ...


Russos-alemães, sem perspectiva e atormendados pela fome e frio, reunidos num gueto.

Russos-alemães, sem perspectiva e atormendados pela fome e frio, reunidos num gueto.


O ano de 2021 nos remete ao centenário da enorme fome imposta aos russos alemães (Wolgadeutschen) pela grande seca e ação terrorista dos bolcheviques soviéticos.

O cerceamento à alimentação, a destruição do comércio e do dinheiro dizimou a vida de cerca de 107,5 mil pessoas de fala alemã, cerca de 27,5% da população.

Era o começo do fim da presença da descendência dos imigrantes alemães do tempo da imperatriz Catarina (1729-1796), em território russo.

O golpe definitivo para o fim dos Wolgadeutschen, que conseguiram sobreviver ao extremado flagelo da fome, veio com deportação em massa a partir de 1940, empurrados à força das baionetas até às fronteiras do Oeste. Quem tentou ficar teve uma recompensa cruel: um tiro de fuzil ou degola com arma branca.

Muitos russos-alemães ainda tiveram tempo de fugir antes de começar a calamidade da fome e da deportação. As intimidações, os atos terrioristas e ameaças de morte dos comunistas russos confirmavam o que vinha no futuro.

Milhares fugiram para a Alemanha e outros países europeus, América do Norte, Brasil e Argentina. Muitos atravessaram a imensidão do território da China a pé e acabaram no Oeste de Santa Catarina. Outros, é caso dos russos-alemães, citados como alemães de Vohlynien ou Volínia, chegaram ao noroeste do Rio Grande do Sul, embarcados via portos de Hamburgo e Bremen.

Milhares de descendentes de alemães de Volínia residem hoje em Marechal Cândido Rondon, Nova Santa Rosa, Toledo e em outras cidades do Oeste do Paraná, nos dois Mato Grosso, Bahia e outros estados (texto de Harto Viteck, postado inicialmente na página do Projeto Memória Rondonense, no Facebook, em 29 de janeiro de 2021.

O historiador paranaense, de Pato Branco, Paulo Gregoreki, residente na Polônia, complementou assim: 

Para entendermos de onde veio tanta raiva devemos voltar mais atrás justamente no processo que tinha na família real um apoio. Muitas famílias alemãs adentraram o solo russo e lá se fixaram. O velho processo dos Junkers tomou fôlego. Alguns deles eram verdadeiros senhores dispondo da exploração dos russos da localidade. A miscigenação não era feita com qualquer russo. Dá para se dizer que volta e meia a roda da fortuna gira de maneira dramática no planeta. Da mesma forma que o grande império britânico é até hoje controlado por uma família germânica assim era o império Russo (se é que deixou de ser). Os Saxburg-Gotha acabaram se ligando de alguma forma aos Habsburgos e também a Prússia. Essas famílias dominavam o cenário político e foi justamente as disputas entre 3 primos irmãos que desencadeou a primeira guerra mundial. Os russos do interior já massacrados pela guerra e pela fome, ainda tinham que prestar conta aos alemães exploradores. Isso só aumentou o ódio. A revolução bolchevique e depois a morte de Lênin trouxe ao poder um verdadeiro bastardo, Stalin, assim como é a família real britânica de origem germânica.

 

 

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