
Cartão postal da visita do Presidente Geisel a Marechal Cândido Rondon. Imagem: Acervo Memória Rondonense

Chegada do Presidente Ernesto Geisel no aeroporto de Marechal Cândido Rondon. Da esquerda a direita: governador Jaime Canet Júnior, Presidente Ernesto Geisel, deputado estadual Werner Wanderer (saudando o Presidente), juiz de direito José Carlos Lins Santos, vereador Verno Scherer, presidente da Câmara Municipal e Almiro Bauermann, prefeito municipal de Marechal Cândido Rondon. Imagem: Acervo Fundo Fotográfico de Marechal Cândido Rondon.

Chegada do Presidente do Presidente Geisel no aeroporto de Marechal Cândido Rondon. Da esquerda a direita: deputado estadual Werner Wanderer, General Hugo Abreu ( de costas), Chefe da Casa Militar da Presidência da República; governador Jaime Canet Júnior, vereador Verno Scherer, Presidente da Câmara Municipal de Marechal Cândido Rondon; Presidente Ernesto Geisel e prefeito municipal Almiro Bauermann. Imagem: Acervo Fundo Fotográfico de Marechal Cândido Rondon.

presidente Ernesto Geisel recebendo as honras militares no aeroporto de Marechal Cândido Rondon.

Abertura da colheita de soja 1976 no Paraná. Da esquerda a direita, linha de frente: 1º e 3º - não identificados; 4º - General Hugo de Abreu, ministro-chefe da Casa Militar da Presidência da República; 5º - Alysson Paulinelli, ministro da Agricultura; 6º - Presidente Ernesto Geisel; 7º - Jayme Canet Júnior, governador do Paraná; 8º - agricultor rondonense Arlindo Batista; 9º - Shigeaki Ueki, ministro de Minas e Energia; e demais não identificados.

Outra visita da abertura da colheita de soja 1976 no Paraná, assistida pelas autoridades.

Mais um detalhe da abertura da colheita de soja 1976 no Paraná.

Mais uma imagem da abertura da colheita de soja 1976 no Paraná.

Presidente Geisel (cabelo branco) assistindo a abertura da colheita de soja no Paraná. Imagem: Acervo Fundo Fotográfico de Marechal Cândido Rondon.

Ministro Shigeaki Ueki mostrando ao Presidente Geisel o enraizamento de um pé de soja. Da esquerda a direita, na primeira fila: 1º - militar não identificado; 2º - Ministro Hugo de Abreu; 3º - ministro Alysson Paulinelli; 4º - Presidente Ernesto Geisel; 5º - governador Jayme Canet Júnior; e 6º - ministro Shigeaki Ueki. Na segunda fila: 1º - deputado estadual Werner Wanderer; 2º - ministro da Educação, Ney Braga; 3º - prefeito municipal Almiro Bauermann; 4º - Paulo Carneiro Ribeiro, secretário de Agricultura do Paraná (careca); e demais não identificados.

Outro detalhe do exame do enraizamento do pé de soja.

Outro momento da abertura da colheita de soja 1976 no Paraná.

Outro flagrante da abertura da colheita de soja 1976 no Paraná.

Mais um flagrante da colheita de soja 1976. Da esquerda a direita, primeira fila: 1º - militar não identificado; 2º - ministro Hugo de Abreu; 3º ministro Alysson Paulinelli; 4º - médico-veterinário Leopoldo Piotrowski - diretor-presidente da Copagril; 5º - Presidente Ernesto Geisel; 6º - governador Jayme Canet Júnior; 7º - deputado federal Norton Macedo (entre o presidente e o governador) ; 7º - agricultor rondonense Arlindo Batista; e demais nãi identificado.

Presidente Ernesto Geisel conversando com o agricultor Arlindo Batista, em cuja propriedade foi acionado o dispositivo de fornecimento de energia elétrica a milésima propriedade no município de Marechal Cândido Rondon.

Presidente Ernesto Geisel junto com o governador Jayme Canet Junior ao palanque oficial instalado a Rua Tiradentes, próximo ao antigo fórum.

Outra vista do Presidente Geisel se encaminhando ao palanque oficial.

Imagem do grande público que se aglomerou defronte o palanque oficial. Aos fundos, a Avenida Maripá.

Outro flagrante do público com vistas para o palanque oficial. Ao fundo, a Rua Sete de Setembro, com o prédio da Relojoaria Esmeralda, de propriedade de Rudi Reuter.

Outro panorama do grande público, em foto desde a Rua Sergipe sentido Praça Willy Barth. Ao fundo, o campanário da Igreja Evangélica Martin Luther.

Outro aspecto do público fotografado desde a Rua Sergipe.

Idem

Idem

Presidente Geisel chegando ao palanque oficial seguido pelo governador Jaime Canet Júnior Da esquerda a direita, ao fundo: 1º - não identificado (de bigode), 2º - pastor Gustavo Neumann - da Primeira Igreja Batista, 3º, 4º, 5º e 6º - não identificados; 7º - delegado Alberto Meier (calvo) e vereador Waldi Winter. Imagem: Acervo Fundo Fotográfico de Marechal Cândido Rondon.

Governador Jayme Canet Junior e o Presidente Ernesto Geisel no palanque oficial. À direita: 1º - professor Ilmar Priesnitz - secretário municipal de Educação e Cultura de Marechal Cândido Rondon; e 2º - Egon Hauenstein - gerente da Cercar - cooperativa de Eletrificação Rural de Marechal Cândido Rondon.

Autoridades no palanque oficial. Da esquerda à direita: 1º -ministro da Educação Ney Braga; 2º- deputado estadual Werner Wanderer, 3º - não identificado; 4º - Presidente da Rpeública Ernesto Geisel; 5º - ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli; e 6º - ministro das Minas e Energia, Sigeaki Ueki.

Outra imagem da composição do palanque oficial.

Outro flagrante do palanque oficial. Atrás do ministro Alysson Paulinelli, o vereador Lauro Rohde, do então distrito de Entre Rios do Oeste.

Prefeito municipal Almiro Bauermann saudando as autoridades no palanque oficial. Ao seu lado direito, professor Ilmar Priesnitz (de bigode e casaco xadrez).

Governador Jayme Canet Júnior saudando o Presidente da República.

Outro instante do discurso do governador Jayme Canet Junior. À esquerda do governador: 1º - deputado estadual Egon Pudell (atrás do locutor de gravata borboleta); 2º e 3º - não identificados (ambos de óculos); 4º - Padre Antonio Darius - vigário da Matriz Católica Sagrado Coração de Jesus (de óculos, semi calvo); 5º - promotor de Justiça da comarca de Marechal Cândido Rondon, José Maria Bezerra Valente; 6º - pastor Jan Serfas, da Igreja Evangélica Congregacional (mãos cruzadas); e 7º - Pastor Mário Hort, da Igreja de Deus.

Mais um flagrante do discurso de saudação do governador Jayme Canet Júnior.

Discurso do governador.

Discurso do ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli.

Presidente Geisel se preparando para sua alocução.

Discurso do Presidente da República.

Outro flagrante do discurso do Presidente da República.

Presidente Geisel em seu discurso.

Outro instante do discurso do Presidente Geisel. Entre os ministros Hugo de Abreu e Ney Braga, o vereador rondonense Waldi Winter; e entre os dois senhores de óculos, o contabilista Plínio Kleemann ( óculos escuros e bigode), diretor do SAPAM (Serviço de Pavimentação de Marechal Cândido Rondon).

Mais um instante do discurso do Presidente Geisel. Imagem: Acervo Fundo Fotográfico de Marechal Cândido Rondon. Imagem: Acervo Fundo Fotográfico de Marechal Cândido Rondon.

Mais um instante do discurso do Presidente da República.

Panorâmica geral do palanque oficial durante o discurso do Presidente Ernesto Geisel. 1º, à esquerda, cartorário Levi Martin Gomes; e 3º - juíz de Direito, José Carlos Lins Santos.

Presidente Geisel finalizando seu discurso. Bem à direita, o vereador Verno Ivo Lamb, do então distrito de Quatro Pontes.

Presidente Ernesto Geisel efetuando a entrega de título de propriedade para uma produtora rural.

Prefeito Municipal Almiro Bauermann fazendo a entrega de título de propriedade a um produtor rural.

Presidente Geisel entregando o título de propriedade para mais um agricultor.

Presidente Geisel conversando com o agricultor depois de lhe entregar o título de propriedade.

Governador Jayme Canet Júnior entregando o título de propriedade definitiva para outro agricultor.

Entrega de mais um título de propriedade rural definitiva para outro agricultor feita pelo governador Jayme Canet Júnior

Ministro Ney Braga fazendo a entrega de título definitivo de propriedade rural para outro produtor rural.

O então deputado estadual Werner Wanderer fazendo a entrega ao Presidente Geisel de um presente - uma faca estilizada criada pela então cutelaria de Gilmar Rotta, estabelecida em Marechal Cândido Rondon - em nome do município .

Um outro instante da entrega da lembrança de Marechal Cândido Rondon ao Presidente da República.

Mais um momento da entrega da lembrança.

Outro flagrante da entrega da lembrança

Mais um instantâneo da entrega da lembrança. Da esquerda à direita: 1º - vereador Waldi Winter (de bigode); 2º - deputado federal Norton Macedo: e 3º - contabilista Plínico Kleemann (de óculos escuros).

Flagrante de assinatura de convênios na sala do Tribunal de Júri no prédio do fórum de Marechal Cândido Rondon.

Outra imagem da solenidade de assinatura de convênios.

Mais um instante da assinatura de convênios.

Mais um instante da assinatura de convênios.

Presidente Geisel saudado pelas recepcionistas da Cotriguaçu na saída do fórum de Marechal Cândido Rondon. À esquerda, prefeito municipal Almiro Bauermann e o médico-veterinário Leopoldo Piotrowski - diretor-presidente da Copagril.

Outro instante da saudação e entrega de uma lembrança ao Presidente da República em nome do cooperativismo do Oeste do Paraná. Ao fundo, junto a placa do Fórum de Marechal Cândido Rondon, o jornalista Harto Viteck (de bigode e costeletas).

Outro momento da homenagem ao Presidente em nome das cooperativas. A direita do Presidente, o agropecuarista Roberto Wypich, de Cascavel, integrante da diretoria da Cotriguaçu. À direita, entre as duas árvores: 1º - não identificado; 2º - o agricultor Romano Czerniej, de Cafelândia, dirigente da Cotriguaçu; e 3º Paulo Carneiro Ribeiro, secretário de Agricultura do Paraná.

Mais um flagrante da homenagem da Cotriguaçu. Atrás do governador Jayme Canet Júnior, o jornalista Harto Viteck (de bigode e costeletas).

Recepcionistas no stand da Cotriguaçu. Da esquerda à direita: Noeli Muxfeld, Nelcida Nienow, Evânia Koehler, Maralua (casamento Sippert) e Zeneide Veit. Imagem: Acervo da Família Seyboth.

Presidente Ernesto Geisel entre o presidente da Cotriguaçu Roberto Wypich (e) e vice-presidente da cooperativa central, Romano Czerniej. Imagem: Acervo Fundo Fotográfico de Marechal Cândido Rondon.

Presidente Ernesto Geisel deixando a estante da Cotriguaçu junto com o governador Jayme Canet Júnior.

Presidente Geisel deixando o local das solenidades.

Idem

Idem

Presidente Geisel cumprimentando crianças antes de embarcar no Landau Ford, do empresário rondonense da construção Olímpio Hoffmann, para se dirigir ao Clube Concórdia onde foi servido o almoço.

Presidente Geisel se despindo do público presente em Marechal Cândido Rondon. Imagem: Acervo Fundo Fotográfico de Marechal Cândido Rondon

Outro flagrante antes do embarque.




Durante a sua visita à cidade, o ex-presidente tomou um cafezinho servido pela professora rondonense Edite Feiden e duas alunas, com a térmica (foto) de propriedade da rondonense Carmen Bier. Imagem: Acervo Edite Feiden.

Capa do Informativo da Copagril nº 6 com destaque para a visita do Presidente Ernesto Geisel.

Editorial da Copagril sobre a visita do Presidente Geisel a Marechal Cândido Rondon, publicado no Informativo Copagril nº 8, de Março de 1976.

Contracapa do Informativo Copagril nº 8 se reportando a visita do Presidente Ernesto Geisel e o início da colheita do soja.

Lembrança do 2º ano de visita do Presidente Ernesto Geisel a Marechal Cândido Rondon. A faca foi produzida em Marechal Cândido Rondon pela então empresa .. A peça pertence a rondonense Odair Arnhold - Imagem feita por Wilson José Arnhold - Raul Penã - Paraguai.

1ª parte do discurso de improviso do Presidente Ernesto Geisel durante a sua visita a Marechal Cândido Rondon, em março de 1976. Imagem: Acervo Biblioteca da Presidência da República

2ª página do discurso de Geisel em Marechal Cândido Rondon, em março de 1976. Imagem: Acervo Biblioteca da Presidência da República

Parte final do discurso improvisado do Presidente Geisel, em Marechal Cândido Rondon.

|| Médico-veterinário Leopoldo Piotrowski, diretor-presidente da Copagril e vereador Waldi Winter . Imagem: Acervo Evânia Koehler.

|| Presidente Ernesto Geisel (de costas) em conversa com Roberto Wypich, diretor-presidente da Cotriguaçu. Da esquerda à direita, Jayme Canet Junior, governador do Paraná e deputado estadual Egon Pudell. Imagem: Acervo Evânia Koehler.

|| Outro momento da conversa entre o Presidente Geisel e Roberto Wypich. Imagem: Acervo Evânia Koehler.

|| Rondonense Evânia Koehler, do grupo de recepcionistas ao Presidente da República, Ernesto Geisel. Imagem: Acervo Evânia Koehler.

|| Recepcionista Evânia Koehler entrega ao Presidente Geisel um pé de soja. Imagem: Acervo Evânia Koehler.
No dia 19 de março de 1976, Marechal Cândido Rondon recebeu a visita histórica do então presidente de República, Ernesto Geisel. O motivo principal foi a abertura simbólica da colheita da soja, que naquele ano produziu 200 mil toneladas. Geisel também inaugurou a segunda etapa do Programa de Eletrificação Rural e entregou aos agricultores da região 3.248 títulos de propriedade de terra.
Além de Ernesto Geisel, na oportunidade também esteve no município o governador Jayme Canet Junior. Eles foram recepcionados pelo prefeito Almiro Bauerman, pelo presidente da Copagril, Leopoldo Pietrowski, pelo ex-prefeito e ex-deputado Werner Wanderer, pelo general Hugo de Abreu e por milhares de pessoas que vieram de toda a região.
Segundo Werner Wanderer, foi ele quem fez o convite para a vinda de Ernesto Geisel. Em declaração publicada no livro Mídia e Memória, das jornalistas Ana Paula Wilmsen e Maria Cristina Kunzler, Werner garante que “o presidente não viajava. Ele era militar e não tinha costume de participar dos eventos. Então, a vinda dele para Rondon foi um fato histórico não somente para o município, mas foi destaque em nível nacional. Todo mundo perguntava o que havia acontecido para o presidente viajar para Rondon. E a visita de Geisel trouxe muitos benefícios. Por exemplo, na época era proibido criar municípios, mas as lideranças nova-santarrosenses aproveitaram a vinda de Geisel e falaram com o presidente e ele acabou autorizando a criação do município de Nova Santa Rosa. Outra coisa foi o Banco do Brasil, que foi criado em Rondon por causa da visita de Geisel. Também foi inaugurado um trecho de eletrificação rural, o que depois foi estendido em todo o município”.
Algo nunca visto
O radialista Dirceu da Cruz Vianna participou da cobertura jornalística da visita presidencial. Destacado para cobrir a chegada do presidente ao aeroporto, Dirceu conta que havia um esquema de segurança muito grande e nenhum repórter pode, durante a visita, entrevistar diretamente Ernesto Geisel. “Foi um tumulto, no bom sentido. Mas, foi gratificante”, garante o radialista.
“O presidente teve um aparato militar muito grande. Ele chegou ao aeroporto por volta das 10h00 da manhã e dali foi inaugurar a eletrificação rural em uma propriedade próxima. O palanque para o pronunciamento das autoridades foi montado na área onde hoje está localizada a prefeitura. Da área onde hoje está o Fórum até onde hoje é o jornal O Presente, aquilo estava coalhado de gente. Cerca de 12 mil pessoas! Nunca tinha visto algo igual”, lembra Dirceu.
Segundo ele, naquele dia grandes almoços foram servidos em pontos diferentes da cidade para celebrar a visita do presidente. Conforme o radialista, só no antigo Campo do Oeste, onde hoje está construído o Estádio Municipal Valdir Schneider, foi montada uma churrasqueira com mais de 100 metros: “também havia outros pontos onde foram preparados e servidos o almoço. Era como se todos nós, aquelas milhares de pessoas, estivéssemos almoçando junto com o presidente, que estava lá no Clube Concórdia”.
Ernesto Geisel permaneceu em torno de quatro horas em Marechal Cândido Rondon e deixou o município por volta das 14h00.
Fontes:
WEIRICH, Udilma Lins. “Histórias e Atualidades: perfil de Marechal Cândido Rondon”. Marechal Cândido Rondon: Editora Germânica, 2004.
WILMSEN, Ana Paula; KUNZLER, Maria Cristina. “Mídia e Memória: estórias dos veículos de comunicação do município de Marechal Cândido Rondon contadas por seus protagonistas”. Marechal Cândido Rondon: Editora Germânica, 2006
(Cristiano Viteck, O Presente - 50 anos de Marechal Cândido Rondon - JULHO/20
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Entrevista com o jornalista Pedro Washington
― Caro Pedro Washington, o senhor que foi encarregado pelo governador Jaime Canet Júnior para vir a Marechal Cândido Rondon e ajudar na coordenação dos preparativos para a visita do Presidente Geisel, conte detalhes dessa organização.
― Amigo Harto! O governador Jaime Canet Júnior ficou preocupado com a informação do deputado Werner Wanderer de que a esposa do presidente Geisel aceitara o convite de sua esposa Elizabete para visitar Marechal Cândido Rondon, então uma cidade de 25 mil habitantes e quatro distritos (hoje municípios) que somariam uns quarenta mil habitantes. O Presidente, claro, também viria. Descendente germânico como a maioria da população oestina à época, a perspectiva entusiasmou o presidente Ernesto Geisel. Visita confirmada para o dia 19 de março de 1976.
Eu como assessor do Gabinete do Governo já tinha organizado outras vindas do Presidente ao Paraná no governo Canet Júnior, sabia que só do grupo precursor do Presidente da República vinham mais de 100 assessores. Gente de todas as armas (Exército, Aeronáutica e até Marinha), além do exigente pessoal do Cerimonial. Um programa assustador!
Tudo começava por um detalhe significativo, logo contornado: o aeroporto da cidade não comportava um jato como o avião presidencial. A alternativa seria vir até Foz do Iguaçu, num equipamento e dali para o aeroporto de Marechal Rondon num Hércules, avião adequado a pistas mais curtas.
Como já desconfiava, o governador Jaime Canet de ir até Rondon, ajudar na organização do evento. Ali permaneci por 15 dias.
A primeira reunião no clube local, fez com que eu percebesse que não se tratava de uma população como a conhecia. Disciplina e boa vontade mostravam que os cidadãos tinham consciência da responsabilidade que assumiam. Mais de 100 pessoas propuseram-se a ajudar. Foram formadas comissões para todas as atividades que envolviam a recepção às comitivas dos governos federal e estadual.
O detalhamento chegou a tal ponto que, diante da perspectiva de atender a todos que viessem homenagear o presidente Ernesto Geisel e o governador Canet, três refeições foram programadas. Afinal, a chegada do presidente estava prevista para as 10 horas da manhã e o embarque para Brasília, às 14 horas.
O almoço principal seria servida no Clube Concórdia, para 120 autoridades. Presidente, Governador, Prefeito local, deputados federais e estaduais(representantes do município), Ministros, Secretários de Estado, Presidente da Câmara local e outras autoridades estaduais e federais.
No galpão da Cervejaria ......, um almoço para prefeitos, vereadores locais e da região, além de personalidades dos segundos escalões dos governos federal e estadual. Previsão de 500 talheres.
E as possíveis 40 mil pessoas da cidade e da região que viriam assistir à grande reunião programada para a praça .... Ficariam sem almoço?
Decidiu-se por um imenso churrasco gratuito a ser realizado em vários pontos da cidade.
Uma comissão ficou encarregada de conseguir doações de bois. Outras de preparar as carnes e as instalações necessárias a cada ponto de churrasco. Até comissão de espetos foi formada. Um trabalho que reconheço que só em Marechal Cândido Rondon seria possível.
Enquanto tudo era montado, a Comissão principal “toureava” os exigentes precursores da comitiva presidencial. Até uma deliciosa carpa assada acabamos por comer, juntamente com eles na fazenda do Ireno Pedralli , além de outras hospitalidades. Mesmo com as exigências das etiquetas do Itamaraty, à partir dai começaram a fazer concessões.
Uma delas exigiu grandes negociações, nas quais valeu o prestigio que o governador Canet desfrutava junto ao presidente Geisel: o locutor teria que ser do programa oficial Voz do Brasil. Acontece que a equipe de Canet contava com a eloquência e animação do seu apresentador oficial: Brasil Fº.
Concordaram com a substituição desde que a locução fosse feita com a sobriedade exigida pela Voz do Brasil. Na surdina, e o Filho Brasil, com aval do governador, acordamos que o estilo formal seria usado até a chegada da comitiva até o palanque oficial. Dalí para a frente, Brasil ficaria encarregado, com sua animação habitual, de esquentar a festa. Mais de quarenta mil presentes aplaudiram o presidente entusiasticamente!
O resultado final é que, o próprio Chefe da Casa Militar, General Hugo Abreu, tão entusiasmado ficou que cumprimentou a equipe: “Todas as visitas do Presidente deveriam ser assim”.
Tudo correu à perfeição.
Nenhuma das visitas do presidente Geisel ao Paraná, e foram onze no período, pode sequer ser comparada à de Marechal Cândido Rondon. Do que ao início se apresentou como um “azedo limão”, as autoridades e o povo da cidade e de seus distritos fizeram uma “deliciosa limonada”.
Um detalhe curioso dessa visita narrei no livro que escrevi sobre fatos folclóricos da política do Paraná. Uma pessoa resolveu oferecer uma paca a ser servida no banquete, na mesa principal encabeçada pelo presidente Geisel, que por sinal, apreciou muito a iguaria.
Um repórter da Folha de São Paulo que acompanhava a comitiva presidencial soube do fato. Como à época já se começava a discutir regras de preservação ambiental, procurou informações sobre o assunto. Até que chegou a mim, assessor do governador, já alertado do questionamento. Travou-se, mais ou menos, o seguinte diálogo:
Jornalista: Você sabe que está se questionando o abate de pacas?
Assessor: Sabia.
Jornalista: E como vocês serviram uma paca logo para o Presidente?
Assessor: Você entrevistou a paca!
Jornalista: Como!
Assessor: Se tivesse entrevistado saberia que ela falava guarani. Foi um presente de um prefeito paraguaio.
A história da paca virou piada na Folha.
Estes são alguns detalhes da vinda do presidente Geisel a Marechal Cândido Rondon. Um abraço a grandes amigos que aí deixamos. Pedro Washington.
Entrevista recebida via e-mail harto.viteck@gmail.com, em 28 de fevereiro de 2015.
* Exceto o cartão, as demais imagens são de propriedade do acervo de Almiro Bauermann.
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